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domingo, 11 de novembro de 2012

Para pensar o universo e o homem

Somos minúsculas partículas diante da imensidão de um universo vasto, que não precisa da presença do homem, para ser o que é. 


atitudebranda.blogspot.com



É o homem nele um mero coadjuvante, um diapasão, uma incógnita mas nunca uma necessidade.

 josemarcalfilho.blogspot.com


Apesar do seu exacerbado etnocentrismo, de se achar acima de todas as coisas e de se auto atribuir máxima inteligência, o homem não traz ao universo qualquer diferença. 


numclique.ne


Também não teria ele, objetiva e materialmente, qualquer macro função para fazê-lo parar ou               deixar de se expandir. 

http://obviousmag.org


Noutras palavras, se não existíssemos os astros não sentiriam nossa falta, tamanha é nossa pequenez mediante inteligência universal e cósmica. 

tiagorodrigomachado.blogspot.com


A prova  disso é que basta uma pedra estelar de média proporção para dar fim a nossa existência, enquanto as estrelas e os outros elementos cósmicos continuarão a sua saga.

http://hypescience.com

A propósito dessa constatação, cabe perguntar: quem somos e a que servimos?

www.abril.com.br


Possivelmente respondamos o seguinte: bom que esse universo tenha uma capacidade tão criadora e multivariada, multicor, multifunção. 


cienciahoje.uol.com.br


Mediante ela, sucumbe quaisquer pretensões e saberes humanos, tão insignificantes que são.

domingo, 21 de outubro de 2012

Vida maquinal

Fez o homem a máquina, e dela sucumbiu, caindo em seu último degrau. Apropriou-se tanto do conhecimento, que deu à maquina inteligência e autonomia; dela tornou-se defensor, confidente e escravo.

Se digladia quando ela não o atende, mas, paradoxalmente, não a repele, pois continua a viver com máquinas; a fabricá-las e amá-las, razão instrumental de ser desse homem, denominado moderno.

Carrega ele as máquinas consigo, sonhando-se como máquina, vendo máquina em todas as coisas, inclusive no universo e nas relações; também quando esquece que aquele ao lado é gente, e precisa de ajuda, necessidade que nenhuma máquina consegue suprir.

domingo, 2 de setembro de 2012

Para pensar com o sol

Surge sempre esperança ao nascer do sol, que irradia vida.

nowwe.wordpress.com

E não há de se desesperar, quando se tem a certeza que há sempre uma saída, uma solução.

viewphotos.org

Ter paciência e saber esperar, ouvir e procurar entender sobre o sentido da vida e das coisas, e sobre nós mesmos, para aprender com o sol, e a pensar com ele, pois um novo dia sempre nasce, para todos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cuidar - aprendendo com os animais

O que significa ser cuidado e acompanhado?



 Ser recebido e acolhido
www.guimaraes-braga.olx.pt



Ser afagado

www.mdig.com.br



Ser abraçado

www.iplay.com.br



Ser amigo

www.novaquahog.com


Ser companheiro
www.imagensdecoupage.blogspot.com




Ser parceiro e ficar ao lado

http:/www.sempretops.com



Ser carinhoso

 http:/www.sempretops.com



Ser unido e com forte sentido de grupo
http:/www.sempretops.com



Ter e dar força

blogs.estadao.com.br


Acompanhar de perto

www.campo-porto.olx.pt


Ser compreensivo

blogdajulieta.com.br


Estender o braço

blog.tomais.com.br



Para cuidar, o aprendizado com os animais pode ser bem produtivo, 

desde que não nos sintamos superiores a eles.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Para pensar a segunda-feira - A propósito da vida...


Há na vida um muito de esperança e de prosperidade, de intenso amor e de felicidade. Basta olhar para o céu, para o mar, para o sol, para as estrelas, para si, enfim, para todos os lados que brotam vida e anunciam ela, como o nascimento que renova a ideia de natalidade, de descendência e de futuro.

Há na vida um tanto de abundância e de fascínio, de boas novas e de muitas promessas, que só se cumprem se desejarmos tê-las, muito intensamente, pois a vida é feita de intensidade, e ela, por si só, não nos pode oferecer, sem que a gente a veja e a queira conosco.

Sendo assim, pensar positivo e desejar realizar o melhor da vida é uma necessidade, também uma virtude, sobretudo aos desejosos de fazer melhor e mais, para dar sentido à vida e à existência, de todos os seres, de todas as criaturas.

Também é preciso descobrir da vida o seu encanto, e com ela se encantar, para brotar ainda mais vida e alegria, de que todos precisam para serem mais felizes e sonhadores, corajosos e defensores da paz... e do amor, que não pode cessar, sequer na dor e na aflição.

O amor deve brotar de nós com toda a força e vivacidade, pois é o que temos de melhor a oferecer, também a receber, pois quem não deseja amar, encontrar o amor, realizar-se com ele e ser feliz, amando e sendo amado, desejando e sendo desejado.

Se assim é a vida, a recebamos de braços abertos pois é essa uma atitude que só faz bem, que enriquece e faz crescer nosso espírito, fazendo-nos ver na vida toda a sua beleza e sua dádiva, que só um ser muito especial pôde nos conceder.


domingo, 19 de agosto de 2012

Sobreviver

Sobreviver as intempéries e ao tempo é uma necessidade e um desafio, constantes, assim como o viver, marcado por encontros e desencontros, aproximações e afastamentos, idas e vindas. 
É, sobretudo, reconhecer, no viver e nas relações, o desafio da diversidade e a inexistência de uma verdade inequívoca.
É também apegar-se à vida pelo que é belo e bom, naquilo que nos dá prazer e nos fortalece; naquilo que dá sentido à nossa existência.
Decerto que atitudes positivas fazem muito bem, e que viver exige ver no amor uma forma de encontro e de satisfação, com o outro e conosco, e na amizade a perdurança dos laços que construimos e a nossa impossibilidade de vivermos sós.

sábado, 21 de julho de 2012

Sementes da esperança

Em nascer, tem o pequeno a graça
De brotar do milagre
Das entranhas da existência
E de estar para o mundo
Como obra divina
Um filho nutrido nas peripécias
E nos desejos dos deuses...
E dos homens
No destino das miragens
E na promessa das mães
Que também são filhas
Desse mesmo desejo
Como tecelãs do mundo
Operárias da vida
E a serviço dela
Para mantê-la o que é
Dando as crianças
De presente ao mundo
Também como sonhos
E sementes da esperança

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ao nosso filho

Para a nossa felicidade, todos te amam, menino alvo e lindo, luz da esperança, pequeno-forte ser,
filho nosso.
És fonte de amor e querido entre todos os reinos.
És nutrido pela paixão de teu pai e de tua mãe, que te desejam e te estimam, grandemente.
Nasces da esperança e geras provisão de amor, tão grandiosa é tua energia e tão forte o teu brilho,
filho nosso.
Renovas nossa fé e estimulas as nossas vidas, e também os nossos sonhos.
Magistral é a tua chegada e admirável é o teu jeito de ser; e teu pequeno olho; e teu tímido riso.
Gostamos do teu cheiro, do teu cabelo, do teu frágil corpo e da tua incrível fortaleza, já tendo superado tantas provações, bravo guerreiro, belo escudeiro, filho nosso.
Saibas que a vida ainda mais importa e ainda mais sentido tem após a tua vinda. 
Saibas que és promessa e tê-lo é uma honra, filho nosso.

Provisão do tempo

Não se deve negar do tempo a sua própria provisão, pois que o tempo sempre se realiza, por si, a despeito de nossas vontades e vicissitudes. 
A propósito de nossas vidas e de nossos sonhos, é o tempo a nossa marca - na idade, nas rugas, nos cabelos, nos movimentos... anúncio da duração - de que nada é para sempre. 
É também o tempo a demarcação de nossa história, que não se faz por si, pois precisa de quem a faça e escreva. 
Assim também é para que se tenha o futuro, quando se imagina as crianças, que brotam para a vida e geram esperança. Precisam de nossa herança e de nossa história, que devem ser boas e úteis, para que não pereçam elas pelo nosso descuido de um hoje imprevisto e um amanhã sem provisão.

domingo, 20 de maio de 2012

Acúmulo

O acúmulo de coisas desagrega a condição de escolher o que é necessário à vida e obstrui a capacidade de autogestão e de autogoverno, que repele o significado do existir mediante o que se é, a propósito das pessoas transformadas em mercadoria e a mercadoria transformada no mito em si.

Previdente

Diz-se do previdente que nem mesmo o maior infortúnio o surpreenderá. Não que arrogue jamais ser por ele atingido, mas por saber da sua existência e que em algum momento chegará, pois faz parte da existência. Dele ninguém escapa, nem mesmo os arrogantes e aqueles que se acham autossuficientes, a propósito da morte, a maior expressão da inevitabilidade do fim.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ponto de Vista - Acerca do homem e das formigas

Pisa o homem nas formigas, tão logo as vê, ou lança sobre elas uma porção de inseticida para aniquilá-las, pois acredita serem elas uma ameaça potencial. Mas não apenas por isso. Também pensa o homem que é superior a elas, pois vê nas formigas seres desprezíveis e desnecessários, sem inteligência e, por decorrência dessa percepção, inferiores.
National Geographic
Engano seu, pois não são! As formigas vivem em um sistema social bastante organizado, complexo e bem mais harmônico se comparado ao nosso, quando se imagina o que produziram homem e formigas ao longo de suas histórias, como se comportam, pensam, agem e se relacionam entre si e com os demais.


Ao contrário do que o homem imagina, as formigas têm linguagem, vida e história mais longas que a nossa e mais antigas, e uma consciência além da nossa: cósmica/universal, pois não vivem da degradação, invasão, dilapidação e sucateamento planetário. Sabem viver e conviver, chegaram aqui antes de nós, são nossas ancestrais, sabem de nós, o que fazemos e como pensamos, além de ver em nós sua maior ameaça.


As formigam trabalham incessantemente, em um eterno vai-e-vem, sobrevivendo dos restos que ninguém quer. Sabem coletar seu alimento, armazená-lo, decompô-lo e dele se nutrir, na proporção correta e dentro das suas necessidades e condições do meio em que vivem.

Sabem reutilizar, reclicar e reduzir. Levam sobre si toneladas de peso, quando se imagina ser tão minúsculo carregando cargas que matariam um humano, se mantidas as devidas proporções entre um e outro. Organizam-se em torno de uma liderança e vivem em comunidades que fazem longas viagens para se manterem vivas, ativas, vigilantes e cooperativas, em prol do grupo, pois sabem que é impossível viver sozinhas.

Seu lar é um exemplo de arquitetura e engenharia, e integrado à natureza; não poluem nem exaurem as fontes de existência. Dão exemplo de pacificidade, de sustentabilidade e convivência com o meu ambiente. Não matam como os humanos, não roubam, não desejam lucro pelo que fazem, coletam ou armazenam. Também não exploram, nem expropriam. Não aniquilam por desejo vil ou violento, não corrompem, não poluem, não produzem guerras, não exterminam civilizações, nem espalham o ódio; nem o terror, nem se amparam na lei ou na diplomacia para produzirem iniquidade e violência.
Não constroem armas nucleares, não exterminam com tóxicos, não matam crianças, mulheres ou velhos, nem baleias ou golfinhos, elefantes ou tigres. Não disparam tiros, não matam ou atropelam no trânsito. Também não deixam morrer nos hospitais, nem nas ruas ou sob o frio. Não produzem lixões, nem prostíbulos, nem penitenciárias, nem misérias, nem política, nem a miséria da política.
Não se tem registro de um único furto que tenham cometido, de um único assassinato, ou de qualquer formiga envolvida em corrupção, propina, tráfico de drogas e de pessoas, formação de quadrilha ou enriquecimento ilícito. Não há notícia de que desviaram verbas da saúde, da educação, da merenda escolar, nem tampouco de doações a vítimas de catástrofes ou a populações miseráveis.
Que eu saiba, nunca puderam dizer isso que agora digo. Mas creio que se pudessem falar, teriam nesse texto apenas um breve começo de tudo que teriam a nos dizer.
Afinal, quem deve aprender com quem?

Lembranças


Lembra-se o poeta do perfil do corpo, das linhas do rosto e do brilho do riso dela, que carrega consigo pelos rios e mares, em todos os lugares onde o acompanhe a saudade.
Eis que viaja em barcos por dias, rompe manhãs frias e oceanos gelados, conduz de seu leme imagens e fotos, cartas e fichários, nas idas e vindas, portos de saudades...

Ponto de vista - Freire, Patrono da Educação


Vive-se um momento marcado pela criação instatânea e o culto de celebridades cuja legião de fãs cresce velozmente, e cuja contribuição para o conhecimento e para a educação é nula. Também é questionável a sua contribuição para outras condições sociais, culturais, humanas e relacionais importantes, se acaso se questionar a que servem, efetivamente, e o que ajudam a construir.

Ao mesmo tempo, se convive com a incipiente e desinteressada discussão em torno de novos processos de civilização e de convívio, a propósito da desintegração das relações sociais e o medo da aproximação com os outros humanos, essa fobia resultante da escalada da violência. A propósito disso, imagina-se o mundo do espetáculo da mídia e do consumo, uma mescla de venda de produtos – muitos dos quais com qualidade e utilidade duvidosas -, de violência e de enredos diversos marcados por personagens mesquinhos, intermediados por músicas que beiram a ridicularização dos grandes poetas, músicos, compositores e intérpretes.

É a máxima do lema livre expressão de pensamento e de criação, que cresce sem estribeiras, em desvario, colapso e culto ao nada, construída no esteio da criação e imposição de uma identidade geracional infoguiada e hipertrofiada.

No meio dessa tela também se especula acerca do fracasso da educação e do papel da escola. Muitos apontam-na como responsável por essa crise, crendo caber à escola esse papel – macro instituição resolutiva dos problemas sociais e outras mazelas com as quais se convive - e que não lhe cabe. Vivem os professores de ter de aguentar uma série de críticas e de dificuldades, desde as condições de trabalho e salário até a depreciação e desqualificação de seu ofício.

São muitos aqueles que pensam em abandoná-lo e aqueles que não desejam exercê-lo, por diversas razões. Ser professor não faz parte do ideário de boa parte dos jovens que ingressam na faculdade, pois não veem nesse exercício – árduo - possibilidade de construção de uma carreira que resultem em benefícios e realizaçao compatíveis com as exigências que requer.

Nesse cenário de tantos problemas e inquietações, alegra saber da notícia do reconhecimento do trabalho de um inesquecível educador brasileiro, que buscou pensar e fazer educação de um outro jeito, numa época em que se buscava modificar os rumos do Brasil, pela política engajada e pela educação libertadora, cujo nome é Paulo Freire.

Homem referência para educação mundial, Paulo Freire construiu uma história heróica e enfrentou muitos obstáculos. Superou pensamentos e posturas retrógadas, historicamente manipulados por diversos setores alimentados pelas benesses do governo e a serviço de um estado com pouca capacidade e pouco interesse de transformar a educação.

Reconhecimento em forma de Lei

Anos se passaram, e com muita alegria recebemos o anúncio da lei que declara Paulo Freire patrono da educação brasileira. O Título conferido em Projeto de Lei foi publicado no Diário Oficial da União no dia 16 de abril de 2012. Esse projeto foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.

Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia. As informações são da Agência Brasil.


domingo, 13 de maio de 2012

A Lourdes, amada mãe

Amo-te, por tudo, e não somente por ser hoje o teu dia. Amo-te por ser criança, por ser teu filho, por ser homem, pelo nome que me deste, e por teres honrado a minha vida com teu cuidado e devoção; por não teres desistido de mim, apesar das dificuldades e dos dissabores de tua jornada, que não foram poucos, amada mãe.

Admiro-te pela força e bravura com que me ensinaste acerca da vida; por tua energia e teu acatamento diante das desconcertantes ordens da existência, por tua resignação e lucidez, por tua contagiante alegria e teu eterno festejo com a vida, e por nunca desistir, de viver, de ser feliz e de fazer felicidades, amada mãe.

Saibas que muitos se lembram de ti, e que são muitas as vozes que te homenageiam e te mencionam como exemplo de pessoa, de esposa e de mãe - zelosa e lutadora. Até mesmo aqueles que nunca te viram te conhecem, sabem de ti e te anunciam. Aqueles que conheci ainda ontem sonham conhecer-te e ouvir-te, para aprender contigo sobre o dom da vida e da doação ao outro, que só mulheres com tú sabem cultivar e ensinar, amada mãe. 

Saibas também, que és a guerreira das minhas histórias e vencedora de todas as batalhas, em todos os lugares, inclusive nos mais longíquos e inacessíveis, contra os melhores cavaleiros, exércitos e guerreiros, que sempre se renderam à tua força e ao teu franzino/forte corpo. Soubeste manter viva a sobriedade diante de todas as dificuldades e intempéries guiando a todos como a maestrina da melhor orquestra. A riqueza de tua vida foi a produção do afeto e do cuidado, tudo aquilo que os cavaleiros, os guerreiros e os exércitos necessitam para serem homens e humanos, pais e filhos, serem gente, amada mãe.

Sou teu fã, teu seguidor, teu guerreiro, empunho a tua espada - de paz - e sou teu aliado e, como se não bastasse, sou filho teu e admirador de tua saga, para a sorte minha. Meu amor e meu coração são teus, e tudo de bom que tiver em mim, é obra tua. Sou teu herdeiro, embora não saiba se à altura de tua bondade, que em poucas pessoas vi, amada mãe.

Nascido da graça divina e bendito fui, por nascer filho teu, do teu nobre ventre, de tua benevolência e de teu desejo de ter-me, como sempre me disseste, amada criatura, ser iniguilável, ser da esperança e de luz, imagem da paz, amada mãe.

Amo-te por tudo, ainda mais por teres me amado, como ninguém, pois és Maria, de Lourdes. Capacidade de perdão igual a tua desconheço, assim como teu apreço pelo bem e tua crença em Deus. És por isso, meu leme, minha bússola, minha foz, rios e cascatas, de amor. Imagino-te ao meu lado, todos os dias e noites, e vivo de saudades tuas, e contente de saber-me filho teu, criatura nobre que foste neste universo de caos, amada mãe. 

Lembro-me de tuas empreitadas e tuas soluções - as mais inusitadas - para resolver problemas de nossa vida, da falta de dinheiro à de comida. Apesar dos conflitos, das desiluções, das frustações e de muitos suplícios que viveste na vida, soubeste, como ninguém, dar colo e amor, afeto e calor, amadam mãe.

Fiz-me homem, porque assim me ensinaste, mostrando-me o caminho, esclarecendo-me acerca do bem e do mal. Amo-te por teres me amado, me desejado, me querido, me esperado, me cuidado, me lavado e me deixado dormir em teu colo, mesmo quando isso significava tua noite sem dormir. Perfumaste meu corpo e alinhaste meus cabelos, costuraste minhas vestes e me deste o teu seio e todo o teu abraço, meu acalento foi teu braço, sempre que dele precisei. Com todo o zelo e devotado amor sempre estiveste comigo, mesmo quando não podias, amada mãe. 

Amo-te pois, pelo que és. Mesmo que tenhas partido, ainda estás ao meu lado. Sei que lanças sobre mim o cobertor e que me beijas todas as noites e me abençoas (Deus te abençoe, meu filho!). Ainda mais me aqueces em noites de frio, quando me ofereces chá (de alho e limão, para a tosse).

Felizes são aqueles que hoje te têm como amiga, filha, tia, prima e sobrinha, em outra dimensão. Bem sei que o céu não foi o mesmo depois de tua chegada. Tem lá festa todos os dias, e és a dancarina que põe todos em folia. Até as noites ficaram mais longas, pois todos querem prosar contigo, ouvir tuas histórias, rir com teu riso, contentar-se com teu contentamento, festejar com o festejo teu, e ser felizes com a tua felicidade. Desejam eles ser moços com a tua mocidade e aprender a serem bons, com a tua bondade, amada mãe.

Amo-te, pois assim és. Nada é mais importante que esta certeza, querida mãe, meu ser amado, meu ser de luz.

Mas, bem me diga, como está a festa aí no céu, neste dia de domingo, em que é dia das mães?

sábado, 12 de maio de 2012

Poeta


Nasce a noite após o sol e a calmaria. Findo é o dia e o ar noturno informa o frio vindo do norte, rompendo montanhas a léguas de distâncias, a quilomêtros de um porto onde aportam e zarpam navios, navegados em ondas do atlântico, onde o vento sopra a brisa, e à deriva vivem poesias.  

Folhas lançadas ao mar são desafiadas a tornarem histórias a suas próprias linhas, e à espera um poeta, que aguarda do tinteiro companhia ao itinerário de suas fantasias e seus enredos, de seus medos e seus amores. Vivo de medo, de ficar só, corre para a enseada na manhã de domingo onde se confundem sal e suor, leme e bússola. Ver que a noite já é dia e revive a amada, que acreditara ter perdido, mas que encontrada fora no mundo de sua poesia que o mantera vivo, a despeito da ferrugem dos navios e da vida dos marujos do outro lado do cais, onde vidas se cruzam e se desfazem, a despeito das vontades dos poetas de viver mil vidas.  

...Vida de poeta, mares de todos os portos, encontros com a poesia, essa amada de mil cantos, de mil contos.

Incerteza


Não há dúvidas das incertezas do amanhã, tampouco das certezas do hoje e de que resultamos de um ontem também incerto, até bem pouco tempo.  

Porventura nascessemos com a certeza, perderia a vida seu propósito, pois já não haveria nada mais a ser feito. É que motivado para responder às perguntas e às suas inquietações - que não cessam - busca o homem ajustar-se ao mundo onde vive e que transforma, para também dar a si e as coisas linguagem e sentido, fazê-las brotar como produto seu, mesmo sabendo que são elas anterior a ele e que o ultrapassam. 

Estão elas condicionadas como elementos de intelecção e manuseio humanos [talvez], mas, com certeza, nunca como sua posse definitiva, pois a vida é provisória e tudo que vige se estatui do universo e não da nossa vã pretensão, filha inclinada ao erro e à interdição, como é todo o desejo e toda a conjectura, pois não dependem, tão somente, da vontade humana.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Abrigo


Desconsolado e triste sucumbe o andarilho em sua via seu rumo, em sua vida sem prumo, em seu calabouço de desilusão. São assim também os perdidos e aqueles que buscam abrigo, uma nova chance, uma nova casa, uma nova porta, de preferência aberta, para que ele entre, antes de sua queda e de seu precípicio. São filhos do holocausto e de melancolia, que, na agonia das escolhas desviantes, imploram por socorro e alguém que os ame.


Ainda ontem


Ainda ontem um menino, pensava sobre a essência da vida e sobre a generosidade da existência. Pensava acerca da concepção e do porvir, aquele futuro que nos aguarda. Passaram-se os anos, foram muitas as minhas trajetórias e minhas andanças, saudades e lembranças. Ao longo dos anos detive-me na vida como parceira e nas inquietudes como esteio para as minhas reflexões, gérmen para a criação, motivo para produzir o que é bom, o que é cor e luz, e repelir à ameaça da condição de solidão daqueles viventes às margens da vida.

Regar


Não há fruto sem rega, sem solo; filho sem colo, sem parturição. Também não brotam eles sem a espera, mesmo depois da vinga do broto. Carecem de tempo, de um jardineiro e de desejo para serem fruto e filho.

Dedicatória


A Joselito Filho, que estar por vir

Todos te aguardam e te declamam amor, tamanho é o desejo de te terem como filho, como irmão, como amigo, como primo, como sobrinho, como neto, como abrigo, fortaleza que és, ainda tão minúsculo grão, filho nosso.
És também esperança, és também redenção, pois provas a possibilidade de concretude dos sonhos, mesmo os mais difíceis e improváveis, pois vingas como melhor broto, semente da perdurança, máxima da parturição e expressão da bondade divina. 
És tutela de Deus, és ainda fonte seminal de esperança, és aguardado, como um anjo, como menestrel, tão grande é nossa esperança no anúncio das boas novas que trazes contigo. Esperamos que venhas com um largo riso, para transmitir felicidade, porta-voz da inocência, filho da candura, criatura amada, nascituro esperado, como anuncia um tio teu, que te deseja, para te por no colo e te fazer mimo, tanto quanto eu e a tua mãe.

Dedicatória

A Joselito filho, que estar por vir

Comemora, a tua mãe, cada vez que te sente em rebuliço no ventre que te aqueçe e te nutre, sabendo que pulsas de vida no corpo dela. Eis que ela te acaricia, sentindo-te vivaz, cheio de energia e de vida. Sonha ela ver teu rosto, acalentar teu choro, aprazerar-se com teu riso, e rir com tuas peraltices, imaginado-te lindo, e um ser da paz.

Vibramos com a tua espera, ficando na prontidão, planejando a estação onde desembarcarás, o vagão e a poltrona onde te abrigaremos, a festa que faremos com tua chegada e os milhões de convivas que adentrarão teu palácio e teus jardins, e teu salão de guloseimas, para se lambuzarem no mel e chocolate de tua festança, no encanto de teu contentamento.

Esperam por ti andaluzes, princípes e princesas, teus tios e avós, toda a tua vizinhança, inclusive a do atlântico sul e aquela da montanha ao norte, onde te espera uma fada, muita magia, gente encantada, desejosa de tua presença. Ansiosos esperam vê-lo na tua boaventurança, em cada passo, em cada abraço, em cada gesto, em cada grito, já que tú brotas para dar vida, romper tristezas, gerar sorriso.

Impermanência


Se não se acredita que a juventude passa (é impermanente) e não há desejo de se tornar ou se ver velho, cria-se um auto-suplício que impede de se vê o passar do tempo como linha da vida, que demarca, indubitavelmente, nosso corpo e acende as nossas rugas, as mechas dos nossos cabelos e as inibições de nossos movimentos.  

É que não há mágica que pare o tempo ou o ciclo da vida, que se alimentam do porvir. Desatinados que são, impele-nos a seguir em frente, para indicar que é preciso mudar para se acomodar à história que cada um escreverá em cada nome, cada família, cada foto, cada registro e documento, cada livro, cada memória, cada frase, cada romance. É que a história nunca está finda.  

Carece ela de um novo caderno e de um novo escritor, novo poeta, novo cantor, nova magia, a cada dia, para tornar a vida um conto, que se refaz sempre que se nasce, que se envelhece… quando alguém morre… […] Começa tudo outra vez. São também assim as folhas, que nascem, secam e caem para que outras possam brotar, fortalecendo e renovando a árvore, que deve frutificar para alimentar tantas vidas, assim como o renovar das roseiras quando é primavera, ciclo da vida como o outono, que não faz rosas, mas produz vida.
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A propósito, os tolos


Tolos aqueles que acreditam na benfeitoria dos atos injustos e violentos, e apostam na inconsequência do corte de seu machado e no plantio de sua péssima semente, que a nada frutifica, muito menos germina.  

Desses homens vingam galhos secos, tórrida é sua terra e nula a sua história, porque vivem sós e sem tributos.Tolos ainda aqueles que só creem no hoje, sabendo-se sobreviventes desde o ontem e navegantes inevitáveis do amanhã, que sempre chega, com o sol.
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A que serve a maldade


Não há descrença que vença a esperança, nem mal maior que a tolice dos ignorantes, que a tudo apontam como verdade em sua suposta razão, tampouco desilusão maior que a desesperança, que sucumbe a fé dos que acreditam na paz e na virtude dos justos.  

Há de se pensar na necessidade de resistir a toda a perseguição e infortúnio, toda atitude malévola e toda usurpação, pois não deve o homem se render à ilusão das fantasias - que são temporárias - nem as certezas das maldades, que produzem aniquilição.
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Jardineiro

Pacientemente o jardineiro cultiva seu jardim, sabedor que é do magistral triunfo de sua empreitada. Em outro lugar há um homem que deseja água e sombra, mas como encontrará ele o que deseja se não plantou uma árvore, nem preservou o rio?