Não há dúvidas das incertezas do amanhã, tampouco das certezas
do hoje e de que resultamos de um ontem também incerto, até bem pouco tempo.
Porventura nascessemos com a certeza, perderia a vida seu
propósito, pois já não haveria nada mais a ser feito. É que motivado para
responder às perguntas e às suas inquietações - que não cessam - busca o homem
ajustar-se ao mundo onde vive e que transforma, para também dar a si e as
coisas linguagem e sentido, fazê-las brotar como produto seu, mesmo sabendo que
são elas anterior a ele e que o ultrapassam.
Estão elas condicionadas como
elementos de intelecção e manuseio humanos [talvez], mas, com certeza, nunca
como sua posse definitiva, pois a vida é provisória e tudo que vige se estatui
do universo e não da nossa vã pretensão, filha inclinada ao erro e à
interdição, como é todo o desejo e toda a conjectura, pois não dependem, tão
somente, da vontade humana.
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